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Educação: Acabou o Tempo da Educação Que Não Educa

Tudo que é governo promete melhorar a educação pública. Mas, quase sempre, é conversa fiada. A maioria não tem projeto, meta nem coisa alguma. Prometem o que não cumprem, vendem ilusões, ou, pior ainda, transformam o Ministério da Educação num balcão de negócios, num festival de desvio de verbas, como estamos vendo agora.

O resultado a gente vê no PISA, uma prova que a cada três anos avalia o conhecimento de alunos de 79 países em três matérias: leitura, ciências e matemática. O Brasil é sempre um dos últimos colocados nas três. Quem ama o Brasil de verdade não pode permitir que essa vergonha dure pra sempre.

Minha proposta pra virar esse jogo é fazer uma revolução. Sim, uma revolução com uma meta muito bem definida: transformar a educação pública do Brasil numa das dez melhores do mundo num prazo de 15 anos.

Para isso, vamos pegar o exemplo de Sobral, uma cidade de 210 mil habitantes do sertão cearense. Aqui, meus pais forem professores e eu vivi toda a infância e a adolescência. E, aqui, a revolução que eu proponho fazer já é uma realidade. Repare:

Em 2005, Sobral aparecia na posição 1.366 no ranking do Ideb, o índice que mede a qualidade da educação básica no Brasil. Dez anos depois, vejam bem, apenas 10 anos depois, passou pro primeiro lugar e, desde então, se mantém entre os municípios com melhor qualidade de ensino do país. Uma verdade revolução que atraiu a atenção do Brasil e do mundo.

Não existe nenhum segredo ou fórmula mágica por trás desse sucesso e, sim, muito trabalho e planejamento. Tudo que envolve o ensino em Sobral é tratado como deveria ser em todo o Brasil. As escolas são de tempo integral, os professores e diretores são capacitados e valorizados, o desempenho das escolas é permanentemente avaliado e as nomeações são sempre técnicas e nunca políticas. Com o tempo, o resultado aparece.

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E o melhor: a revolução que começou em Sobral foi para todo o Ceará, hoje o estado com o melhor Ensino Fundamental do Brasil. Nas séries iniciais – prestem atenção nessa informação -, 79 escolas cearenses estão entre as 100 melhores do Brasil. Incrível, né?

Agora, eu pergunto: se a gente conseguiu fazer essa revolução numa cidade do sertão nordestino, como Sobral, e num estado carente, como o Ceará, por que não pode fazer em todo o Brasil? É claro que pode. Até porque já temos um modelo pra seguir.

Ele tem umas características muito importantes. Por exemplo: uma forte política de valorização dos profissionais do Magistério, que inclui concursos periódicos, Plano de Cargos e Carreiras e a premiação e a gratificação financeira por produtividade, a partir do aprendizado dos alunos, incorporada diretamente no contracheque dos professores.

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A revolução que eu e Ana Paula pretendemos fazer vai abranger não só o Ensino Fundamental, mas também o Ensino Médio, que é o grande gargalo da educação brasileira. Muitos jovens abandonam os estudos quando chegam aí ou porque se sentem desestimulados ou porque têm que trabalhar. Esse é o problema. Agora, vamos conhecer a solução.

Eu falei lá no início que o Brasil está sempre nos últimos lugares do PISA. Mas se essa escola aqui, a Lysia Pimentel, participasse sozinha desse exame, ela seria, vejam só, a 13ª em matemática, a 12ª em ciências e a 3º colocada do mundo em leitura. A Lysia Pimentel não é uma exceção. As mais de 120 Escolas Estaduais de Educação Profissional do Ceará oferecem, todas, um ensino de ótima qualidade.

São 10 horas de aulas diárias, divididas entre ensino formal e profissionalizante. Pra completar, muitos alunos ainda são encaminhados para estágios remunerados pagos pelo governo estadual. Esse é o outro modelo que eu quero levar para toda juventude brasileira com um programa chamado inha Escola, Meu Emprego, Meu Negócio. Porque não basta estudar bem. É preciso ter boa experiencia de trabalho, é preciso abrir caminho pra que o jovem pobre possa empreender e ter sucesso.

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Enfim, nós já temos a base para fazer a revolução que o Brasil precisa e merece. Em 15 anos podemos, sim, ter uma das dez melhores educação do mundo. Quero iniciar essa transformação nos próximos quatro anos e criar normas constitucionais que não possam ser modificadas pelos governos seguintes. Porque educação não é obra de um só governo, de um só partido, de um falso salvador da pátria. Só uma educação moderna e eficiente poderá garantir a melhoria de vida do nosso povo e a inserção do Brasil no cenário das nações mais desenvolvidas no mundo. É por esse caminho que vamos construir um novo Brasil.

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